segunda-feira, 29 de março de 2010

Armando Nogueira

Hoje o Brasil perdeu uma grande parte de sua história no Jornalismo, especialmente no Jornalismo Esportivo, aos 83 anos, o crônista Armando Nogueira, faleceu em sua casa no Rio de Janeiro em decorrer ao um câncer no Cérebro.

Natural da Cidade de Xapuri, no Acre, Armando Nogueira foi tentar a sorte no Rio de Janeiro aos 17 anos. Se formou em Direito mas o seu grande sonho era ser Jornalista. Em 1950, trabalhou no Diário Carioca na seção de esportes, foi repórter, redator e colunista. Trabalhou na revista Manchete como redator- principal. Foi testemunha do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em Copacabana. Ao escrever sobre esse episódio, ele fez história, pela primeira vez em uma reportagem um fato era narrado na primeira pessoa.

No ano de 1957 a 1959 foi repórter fotográfico da revista, O Cruzeiro. Em 1959 ele entrou para o grupo do Jornal Brasil, onde foi colunista e redator. Entre os anos de 1961 a 1973, ele assinou a coluna diária "Na Grande Área" do jornal. Como repórter esportivo, ele cobriu todas as Copas do Mundo a parti da Copa de 1954.

Armando começou no telejornalismo em 1959, na antiga TV-Rio, onde ele fez a primeira produção independente do país, dirigido por Fernando Barbosa Lima ele escrevia textos para que os locutores Cid Moreira e Heron Domingues lerem na antiga TV-Rio. Convidado por Walter Clark em 1966 o jornalista foi para a Rede Globo e junto com Alice Maria implantou o telejornalismo na emissora, ele também foi responsável pela criação do Jornal Nacional e do Globo Repórter. Na rede globo ele ficou por 25 anos e foi diretor da Central Globo de Jornalismo, ele também participou da cobertura dos Jogos Olímpicos desde 1980.

Na cobertura das Olímpiadas de 1992 (Barcelona), Armando integrou a equipe da Rede Bandeirantes, esteve na cobertura da Olímpiadas de 2004 (Atenas) pelo canal SporTV/Globosat, onde apresentava o programa "Papo com Armando Nogueira" e também participava todas as quartas feiras do programa "Redação SporTV". Na rádio ele estava no ar de segunda à sexta (menos nas terças), no programa CBN BRASIL, às 12:45, programa comandado pelo Jornalista Carlos Sardenberg.

Sua Coluna "Na Grande Área" que era publicada pelo Jornal do Brasil, firmou como Jornalista. Armando Nogueira é autor de dez livros, todos sobre esportes: Drama e Glória dos Bicampeões (com Araújo Neto), Na Grande Área, Bola na Rede, O Homem e a Bola, Bola de Cristal, O Vôo das Gazelas, A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar (com Jô Soares e Roberto Muylaert), O Canto dos Meus Amores, A Chama que não se Apaga e o mais recente A Ginga e o Jogo.
Armando é tão respeitado que alguns de seus livros são adotados nos cursos de Língua Portuguesa e de Literatura do segundo grau e no circuito universitário Brasileiro.

Fecho esse pequeno resumo de vida da história desse grande maestro com algumas frase inesqueciveis dele.

“Para entender a alma do brasileiro é preciso surpreendê-lo no instante de um gol”

”Pelé é tão perfeito que, se não tivesse nascido gente, teria nascido bola”

”Choramos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia fazendo irmãos em todos os continentes” (sobre a Copa de 70)

”Deus é esférico” (Sobre a sagrada bola de futebol que arrebata multidões de emoção)

”A tabela de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus” (sobre a troca de passes entre dois gênios)

”A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol” (sobre Zico)

”Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance” (sobre os ídolos).


Sem comentários: