Hoje o Brasil perdeu uma grande parte de sua história no Jornalismo, especialmente no Jornalismo Esportivo, aos 83 anos, o crônista Armando Nogueira, faleceu em sua casa no Rio de Janeiro em decorrer ao um câncer no Cérebro.
Natural da Cidade de Xapuri, no Acre, Armando Nogueira foi tentar a sorte no Rio de Janeiro aos 17 anos. Se formou em Direito mas o seu grande sonho era ser Jornalista. Em 1950, trabalhou no
Diário Carioca na seção de esportes, foi repórter, redator e colunista. Trabalhou na revista Manchete como redator- principal. Foi testemunha do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em Copacabana. Ao escrever sobre esse episódio, ele fez história, pela primeira vez em uma reportagem um fato era narrado na primeira pessoa.
No ano de 1957 a 1959 foi repórter fotográfico da revista, O Cruzeiro. Em 1959 ele entrou para o grupo do Jornal Brasil, onde foi colunista e redator. Entre os anos de 1961 a 1973, ele assinou a coluna diária "
Na Grande Área" do jornal. Como repórter esportivo, ele cobriu todas as Copas do Mundo a parti da Copa de 1954.
Armando começou no telejornalismo em 1959, na antiga TV-Rio, onde ele fez a primeira produção independente do país, dirigido por Fernando Barbosa Lima ele escrevia textos para que os locutores Cid Moreira e Heron Domingues lerem na antiga TV-Rio. Convidado por Walter Clark em 1966 o jornalista foi para a Rede Globo e junto com Alice Maria implantou o telejornalismo na emissora, ele também foi responsável pela criação do Jornal Nacional e do Globo Repórter. Na rede globo ele ficou por 25 anos e foi diretor da Central Globo de Jornalismo, ele também participou da cobertura dos Jogos Olímpicos desde 1980.
Na cobertura das Olímpiadas de 1992 (Barcelona), Armando integrou a equipe da Rede Bandeirantes, esteve na cobertura da Olímpiadas de 2004 (Atenas) pelo canal SporTV/Globosat, onde apresentava o programa "Papo com Armando Nogueira" e também participava todas as quartas feiras do programa "Redação SporTV". Na rádio ele estava no ar de segunda à sexta (menos nas terças), no programa CBN BRASIL, às 12:45, programa comandado pelo Jornalista Carlos Sardenberg.
Sua Coluna "Na Grande Área" que era publicada pelo Jornal do Brasil, firmou como Jornalista. Armando Nogueira é autor de dez livros, todos sobre esportes: Drama e Glória dos Bicampeões (com Araújo Neto), Na Grande Área, Bola na Rede, O Homem e a Bola, Bola de Cristal, O Vôo das Gazelas, A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar (com Jô Soares e Roberto Muylaert), O Canto dos Meus Amores, A Chama que não se Apaga e o mais recente A Ginga e o Jogo.
Armando é tão respeitado que alguns de seus livros são adotados nos cursos de Língua Portuguesa e de Literatura do segundo grau e no circuito universitário Brasileiro.
Fecho esse pequeno resumo de vida da história desse grande maestro com algumas frase inesqueciveis dele.
“Para entender a alma do brasileiro é preciso surpreendê-lo no instante de um gol”
”Pelé é tão perfeito que, se não tivesse nascido gente, teria nascido bola”
”Choramos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia fazendo irmãos em todos os continentes” (sobre a Copa de 70)
”Deus é esférico” (Sobre a sagrada bola de futebol que arrebata multidões de emoção)
”A tabela de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus” (sobre a troca de passes entre dois gênios)
”A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol” (sobre Zico)
”Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance” (sobre os ídolos).